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17 outubro 2014

Aquele sobre a grande descoberta de algo que eu já sabia

Meio confuso esse título, não é? Eu sei, mas deixa ficar assim, pois é assim que a vida é: confusa! Espero que você não se espante com tantos pontos de exclamação ou de interrogação, tudo o que você lerá aqui veio da minha vasta especulação sobre a vida e seus mistérios, com todas as suas perguntas e certezas, como a que vos conto agora.
Era noite de sexta-feira, fim de junho quando parei para pensar no longo e conhecido discurso que minha mãe havia me dado há alguns dias atrás. Nunca vou conseguir citá-la com toda a honra e pompa merecidas, mas, em suma, suas falas se resumiam na grande questão “quando é que você vai arranjar um namorado?”. Esse é um tema frequente dos seus discursos desde que eu me entendo por gente (ou seja, desde meus 15 anos). Minha resposta sempre se baseia em “Mãe, eu nunca encontrei ninguém que valesse o esforço”. E fim de papo.
Só que eu nunca tinha parado para pensar nisso por mais de 15 minutos, e quando eu resolvi o fazer cheguei à seguinte conclusão: Eu não faço a menor ideia de como estar em um relacionamento que não seja comigo mesmo. É exatamente isso! Eu tenho medo, medo! E essa é uma resposta que eu nunca imaginei pra essa pergunta. Quais são as outras respostas? Okay, vamos listar. Por que você nunca teve ou tentou estar em um relacionamento com alguém? (essa é a pergunta). Resposta: Prezo a minha independência/liberdade. Claro que isso é verdade! Eu amo estar onde eu quiser, com quem eu quiser, bebendo o que eu quiser, chegando a hora que eu quiser, olhando quem eu quiser e (obviamente) beijando quem eu quiser sem ter de dar satisfações a um namorado. Ponto para o belo argumento, mas não era só isso.
Outra? Porque os homens não prestam! Uma bela resposta, não é? Sim, não, talvez... vamos deixar a generalização pra lá que esse não é ponto! Essa resposta sempre foi fraca demais! A próxima? Não conheci ninguém interessante o suficiente! Ah, essa é ótima! Para mim, a mais verdadeira de todas! Me desculpem todos os carinhas que já passaram pela minha vida, mas vocês são tão iguais! Mesmos hábitos, mesma linguagem, mesmas roupas, mesmo pensamento, mesmo desfile de ex’s e ainda frequentam os mesmos lugares. Ufa, né? Talvez isso só aconteça aqui, nessa pequena cidade em que vivo, com sua pequena população de 18 mil habitantes (dos quais eu conheço pelo menos ¾) e seu pequeno leque de homens disponíveis e interessantes pra mim.
Mais uma? Ah, acho que devemos parar por aqui, tenho um milhão de respostas como essas, e como você já viu, nenhuma delas é justa o suficiente. A verdadeira razão de eu nunca ter estado em um relacionamento (ou ao menos tentado) é que eu tenho medo! De quê, você deve estar se perguntando e eu vou te contar exatamente de quê! Eu tenho medo... (prepare-se para isso) do amor! Ficou surpresa, não é? Pois é, o amor é realmente assustador para mim.
Não fique aí pensando que eu sou uma pessoa fria, amarga e sem sentimentos, pois eu tenho sentimentos e muitos, isso inclui também o amor. Amo os meus pais, meus irmãos, minha família, meus amigos e meus cachorros, isso conta, não é? Mas aquele amor que você sente por alguém quando está apaixonada, aquele que faz seu coração doer de tão forte, esse me assusta!
Sabe as música do Nando? Do Los Hermanos? Ah, as letras do Bruno Mars! E aquelas trilhas sonoras de comédia romântica? Cara, elas me arrepiam até os ossos! Não fica com essa cara, eu amo todas essas coisas, mas elas assustam. Quer saber porquê? É amor demais! Mas espera, não me julga ainda que o maior segredo eu não contei. Sabe porque eu tenho tanto medo do amor? Ah, é porque eu quero isso tanto, tanto e tanto, que só de pensar em ter algo parecido me deixa paralisada de medo! Ta aí, meu grande segredo. Meio bobo, não acha?
Você já sentiu algo parecido com isso? De querer tanto uma coisa que te dá até medo de conseguir? Gostaria muito de saber, mas nunca perguntei isso à ninguém. Então eu me encho de amor alheio e fictício, que não machuca, não maltrata e não dói. Ah, John Legend e seu “All of me” ou “Just the way you are” do Bruno Mars já me fizeram sonhar tanto. Nathan e Haley com seu “always and forever” em One Tree Hill, ou Nelson Moss e Sara Deever em Doce Novembro, quem sabe até Elizabeth Bennet e Mr. Darcy em Orgulho e Preconceito. Teve uma pequena noção do meu ideal de amor? Era bem assim que eu queria que o amor realmente fosse. Talvez seja...
Romantizei demais, não é? Mas eu gosto de pensar assim, que o mundo é uma grande ficção, isso faz tudo parecer mais fácil de aceitar e não ter. Já tentou fazer isso com algo que você queira muito? Romantize isso num filme que você ame, e pronto! Perfeito e intocável! Mas não é sobre isso que eu quero falar, o fato é que infelizmente a vida não é assim, pelo menos não a minha! Vamos recapitular: eu desejo desesperadamente um amor, um desses de novela, um que toda menina sempre sonhou; minha mãe sonha com o dia em que eu estarei apaixonada e lhe apresentarei um belo príncipe; mas eu tenho medos desses sonhos, do meu e do minha mãe, então eu convenço a mim mesma que não quero nada disso e levanto a minha placa de mulher independente. Pronto, a receita da infelicidade!
Não, não estou sendo dramática, a vida é assim! Você já viu alguém ser feliz com medo? Já viu alguém sendo feliz sem amor? Ah, a solidão sempre foi o alicerce da infelicidade. Eu sempre acreditei em missão, destino e coisas deste tipo, e amar definitivamente é uma dessas tarefas universais, de todos nós. E você, acredita em quê? Acredita que o amor é essencial? Talvez não seja e eu não passe de uma romântica. Talvez não seja... talvez.

Curtiram meu primeiro texto? Escrevi esse tem um tempinho já e decidi compartilhar com vocês agora. Tô esperando seu comentário, viu? Senta ali e me conta o que achou de tudo. Vai, pode falar. Tô passando um café fresquinho pra gente...

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